desj874.jpg

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2008 Maureen Child

© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

O coração do milionário, n.º 2166 - dezembro 2016

Título original: Baby Bonanza

Publicada originalmente por Silhouette® Books

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-9220-0

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

– Ah!

Jenna Baker saltou sobre o seu pé direito e agarrou-se aos doridos dedos do pé esquerdo. Lançou um olhar furioso à mesa que estava aparafusada ao chão do seu minúsculo camarote e amaldiçoou em silêncio o homem responsável por ela estar a fazer aquele cruzeiro infernal.

Nick Falco.

Surgiu-lhe a imagem dele na cabeça e, durante um segundo, gozou a onda de calor que a invadiu. Mas esse calor desapareceu um minuto depois, sendo logo substituído por uma raiva gelada.

Melhor seria que se concentrasse nessa última emoção. Até porque, ao contrário dos outros passageiros do Falcon’s Pride, ela não estava no barco para divertir-se. Estava ali por outra razão. Por uma boa razão.

Com o pé ainda dorido, deu passo e meio até chegar a um pequeníssimo guarda-vestidos. Já tinha arrumado a roupa e as poucas coisas que levara. Tirou uma blusa amarela do cabide e levou-a para a casa de banho, onde se chegava com apenas mais um passo.

A casa de banho era do tamanho das dos aviões e nela havia um polibã desenhado para um anão. De facto, a abertura da porta de correr era tão estreita que quando saía cobria sempre o peito com um braço, com receio de magoar os mamilos.

– É evidente, Nick – murmurou, – que quando decidiste transformar este velho barco no teu navio principal deverias ter pensado um pouco mais nas pessoas que não vivem na coberta superior.

Disse para si própria que aquilo era típico nele. Ela sabia como Nick era, antes de conhecê-lo pessoalmente naquela sufocante noite de Verão, há pouco mais de um ano. Era um homem que se dedicava a transformar a sua linha de cruzeiros na mais importante do mundo. Fazia o que fosse preciso para alcançar esse objectivo. E não se desculpava por isso.

Ela trabalhava para a empresa dele quando o conheceu. Era assistente do director de um dos seus outros transatlânticos. Adorava o trabalho e a ideia de viajar. E cometera a estupidez de apaixonar-se pelo chefe. Tudo por culpa de um romântico encontro ao luar e do inegável encanto de Nick.

Já nessa altura sabia que o chefe nunca teria uma relação com uma das suas empregadas. Por isso, quando o sexy e atraente Nick Falco tropeçara nela e achara que era uma passageira, não o elucidara. Devia tê-lo feito, e sabia-o, mas que mulher não se teria deixado levar por aquele rosto tão bem esculpido, com uns olhos azuis e um cabelo castanho e espesso onde dava vontade de mergulhar os dedos?

Suspirou um pouco, apoiou as mãos em ambos os lados do pequeno lavatório e lembrou-se de como se sentira da primeira vez que ele lhe tocara. Tinha sido mágico. Nem mais nem menos. Sentira um formigueiro na pele e o coração começara a bater tão rapidamente que até lhe custava a respirar. Nick dançara com ela ali, sob as estrelas, com a brisa do mar a acariciá-los e a música a flutuar no ar como um suspiro.

E depois da primeira dança tinha havido outra e, ao sentir os braços de Nick à volta do seu corpo, não tinha conseguido parar de mentir-lhe, erro que acabou por pagar alguns dias depois. Tiveram um caso. Um encontro sexual ardente que abalara a sua alma e destroçara o seu coração.

E depois, uma semana mais tarde, Nick tinha descoberto por outra pessoa que Jenna trabalhava para ele. Rompera de imediato com ela, recusando-se a ouvi-la e despedira-a à chegada ao porto.

Aquela despedida… continuava a doer-lhe tanto como no dia em que aquilo acontecera.

– Meu Deus, que estou eu a fazer aqui? – suspirou. Doía-lhe o estômago por causa dos nervos que andavam a roê-la por dentro há já muito tempo.

Se houvesse outra maneira de fazer aquilo, tê-lo-ia feito. Depois do que acontecera, não tinha vontade alguma de voltar a ver Nick.

Cerrou os dentes, levantou o queixo, voltou-se bruscamente e bateu com o cotovelo na porta. Fez uma expressão de dor e olhou-se ao espelho.

– Estás aqui porque tens de estar – disse para si mesma. – Além disso, ele não te deixou nenhuma outra opção.

Tinha que falar com Nick, o que se revelou uma tarefa nada simples. Visto que ele vivia no navio principal da sua frota de transatlânticos, não podia enfrentá-lo em terra firme. E, nas poucas vezes em que o navio estava no porto de São Pedro, na Califórnia, Nick encerrava-se num deck com mais segurança que a Casa Branca. Como não conseguira falar com ele pessoalmente, tentara fazê-lo por telefone. E quando esse método também fracassara, tinha começado a escrever-lhe e-mails. Dois por semana, pelo menos, durante os últimos seis meses mas, aparentemente, ele devia tê-los apagado sem sequer os abrir. Por fim, tinha-se visto obrigada a fazer uma reserva no Falcon’s Pride e a embarcar num cruzeiro que não lhe apetecia fazer e ao qual nem podia permitir-se.

Há mais de um ano que não subia a bordo de um navio e até o mais leve movimento daquele enorme transatlântico lhe fazia tremer os joelhos. Tinha havido uma época em que adorava andar de navio. Desfrutara da aventura de um trabalho em que não se estava dois dias seguidos no mesmo lugar e onde, em cada manhã, via uma paisagem diferente pela clarabóia do seu camarote.

– Isso quando tinha clarabóia – admitiu, ironicamente.

Desta vez, viajava no camarote mais barato disponível, sem janela, parecendo que estava hospedada na cave do navio.

Uma sensação estranha e inquietante.

Talvez se sentisse de outra forma se tivesse conseguido dormir um pouco. Mas na noite anterior sobressaltara-se ao ouvir o ruído da corrente da âncora enquanto a subiam. Parecia que navio se estava a partir em dois e, depois de ter imaginado aquilo, não fora capaz de voltar a conciliar o sono.

– Tudo por culpa de Nick – disse ao seu próprio reflexo, e ficou contente por este ter dito que sim com a cabeça, dando-lhe razão. – O senhor multimilionário, que está demasiado ocupado e é demasiado importante para responder ao teu e-mail.

Lembrar-se-ia dela? Teria visto o seu nome nas mensagens e ter-se-ia perguntado quem raio era aquela pessoa? Jenna franziu o sobrolho sem deixar de olhar-se ao espelho. «Claro que sabe quem sou. Não lê as minhas mensagens porque não quer, para me enlouquecer. Não pode ter esquecido aquela semana».

Apesar do fim abrupto, essa semana com Nick Falco levara a que toda a sua vida sofresse uma reviravolta. Era impossível que o caso só a tivesse afectado a ela.

– De certeza que continua a ser um conquistador – disse. – É provável que tenha continuado a ter relações com outras mulheres tão tolas como eu, que também não se darão conta, até que seja tarde demais, que ele não é o homem perfeito.

Bom… Isso era mentira.

Na verdade, era mesmo perfeito. Era alto, bonito, tinha o cabelo escuro e espesso, os olhos azuis-claros e um sorriso encantador e malicioso. Nick Falco era capaz de deixar qualquer mulher arrepiada, mesmo antes de provar-lhe como era bom amante.

Jenna encostou a testa ao espelho.

– Talvez isto não tenha sido boa ideia – sussurrou, ao aperceber-se dos calafrios na barriga, e dos calores noutras partes do corpo, só de se pensar naquela semana com ele.

Fechou os olhos e não conseguiu deixar de lembrar-se das noites que passara com Nick, a dançar na coberta, sob a luz das estrelas. O piquenique nocturno a dois na proa do navio. O jantar no seu varandim, a beber champanhe e a deixar cair umas gotas sobre o seu decote para que ele as lambesse. Deitada na sua cama, entre os seus braços, ouvindo-o sussurrar promessas de prazer ao ouvido.

Como era possível que a simples recordação daquele homem pudesse continuar a fazê-la tremer de desejo? Jenna não queria encontrar uma resposta àquela pergunta. Não estava naquele navio por luxúria, nem por causa do que tinham partilhado no passado. Desta vez, o sexo não fazia parte da equação e ela ia ter de encontrar uma forma de resolver o passado enquanto lutava pelo futuro. Por conseguinte, obrigou-se a afastar aquelas imagens da sua mente e a voltar à realidade. Abriu os olhos, olhou-se no espelho e fez-se forte para perseguir o seu objectivo.

O passado levara-a ali, mas não pretendia despertar velhas paixões.

Naquele momento, a sua vida era diferente. Já não procurava nenhuma aventura. Tinha um objectivo e Nick teria que ouvi-la, quisesse ou não.

– Portanto, está demasiado ocupado para responder às minhas mensagens? – murmurou. – Pensa que acabarei por desaparecer? Pois vai ter uma boa surpresa.

Lavou os dentes, maquilhou-se um pouco e penteou o longo e liso cabelo antes de apanhá-lo com uma fita. Saiu de lado da casa de banho e aproximou-se do armário que havia por baixo da televisão, presa à parede. Agarrou nuns calções brancos, vestiu-os e meteu a blusa amarela por dentro. Depois, calçou umas sandálias, agarrou na mala e assegurou-se de que dentro dela continuava a estar o pequeno envelope azul fechado. Depois, deu dois passos e chegou à porta do camarote.

Abriu a porta, saiu para o corredor e tropeçou num empregado do bar.

– Desculpe! – disse.

– A culpa foi minha – insistiu ele, levantando a bandeja que levava na mão para que Jenna pudesse passar por baixo. – Estes velhos corredores não foram feitos para tanta gente – comentou, olhando para o pequeno corredor e voltando-se depois para ela. – Apesar das reformas que fizeram no navio, continua a haver zonas… – calou-se de repente, como se acabasse de lembrar-se que trabalhava ali e que não devia falar mal do navio.

– Imagino – respondeu Jenna, sorrindo-lhe. O rapaz devia ter uns vinte anos e os olhos brilhavam-lhe de emoção. Supôs que seria o seu primeiro cruzeiro. – Gostas deste trabalho?

Ele baixou a bandeja à altura do peito, encolheu os ombros e respondeu:

– É o meu primeiro dia, mas, por enquanto, sim. Gosto. Mas…

Parou de falar, virou-se para olhar por cima do ombro para assegurar-se de que ninguém ouvia.

– Mas?

– Não lhe parece que esta zona mete um pouco de medo? Quero dizer, ouve-se a água a bater no casco, e está tão… escuro.

Jenna tinha pensado o mesmo uns minutos antes mas, apesar disso, respondeu:

– Bom, tem que ser melhor que os camarotes da tripulação, não? Eu trabalhei em vários navios e os empregados ficavam sempre no piso inferior.

– Nós não – esclareceu ele. – Os camarotes da tripulação estão um nível acima destes.

– Fantástico – murmurou Jenna, concluindo que até as pessoas que trabalhavam para Nick Falco dormiam melhor que ela.

Abriu-se uma porta e assomou-se a cabeça de uma mulher loira de uns quarenta anos.

– Graças a Deus – disse. – Tinha ouvido vozes e pensava que o navio estava assombrado.

– Não, senhora – respondeu o empregado colocando-se muito direito e lembrando-se, de repente, por que estava ali. – Trago pequeno-almoço para duas pessoas, tal como pediu.

– Óptimo – comentou a loira abrindo mais a porta. – Embora… não faça a mínima ideia de onde vai colocá-lo. Veja se encontra um sítio.

Enquanto o empregado desaparecia no camarote, a loira ofereceu a mão a Jenna.

– Olá, sou Mary Curran. O meu marido, Joe, e eu, estamos de férias.

– Jenna Baker – apresentou-se também, estendendo-lhe a mão. – Talvez voltemos a ver-nos lá em cima.

– Aqui em baixo é que não vamos ver-nos muito – admitiu Mary. – É asqueroso, mas… – encolheu os ombros, – o importante é que estamos a fazer um cruzeiro. Temos que dormir aqui, mas espero tirar todo o proveito desta viagem.

– É engraçado – comentou Jenna com um sorriso. – Estava a pensar precisamente o mesmo.

Deixou Mary com o seu pequeno-almoço e foi para o elevador que a levaria para cima e a tiraria da escuridão. Agarrou com força no envelope que ia fazer chegar a Nick e preparou-se para o dia que tinha pela frente. O elevador começou a movimentar-se e ela bateu com o pé no chão enquanto era elevada das caves do navio. O que precisava naquele momento era de ar fresco, muito café e um ou dois bolos. Depois de Nick ler a carta, estaria pronto. Pronta para fazer frente à besta. Para desafiar o leão na sua guarida. Para olhar nos olhos azuis-claros de Nick e pedir-lhe que fizesse o que tinha que fazer.

– Senão – jurou, levantando a cara para o céu enquanto se abriam as portas e conseguia sentir os raios de Sol, – fá-lo-ei pagar muito caro.

 

 

– O sistema de som do palco da Coberta Calipso tem algum problema, mas os técnicos dizem que estará arranjado antes da hora do espectáculo.

– Muito bem.

Nick Falco apoiou as costas na sua poltrona de couro grená e cruzou as mãos em cima da barriga enquanto ouvia o relatório diário da sua assistente, Teresa Hogan. Ainda a manhã não tinha acabado e já tinham solucionado meia dúzia de crises.

– Não quero nenhum problema grave – disse-lhe. – Sei que este é um cruzeiro de teste, mas não quero que os nossos passageiros se sintam como cobaias.

– Isso não acontecerá. O navio está bem e tu sabes disso – respondeu-lhe Teresa, sorrindo com confiança. – Temos alguns problemas menores, mas nada que não possamos solucionar. Se houvesse algum problema sério, não teríamos deixado o porto ontem à noite.

– Eu sei – comentou Nick, olhando por cima do seu ombro para o oceano. – Só quero que te assegures de que estamos sempre um passo à frente desses problemazinhos.

– Não o faço sempre?

– Sim – assentiu ele. – É verdade.

Teresa tinha quase sessenta anos, o cabelo curto e moreno, olhos verdes e a capacidade de organização de um general. Não se rebaixava perante ninguém, nem sequer perante Nick, e era leal e tenaz como um pitbull faminto. Trabalhava para ele há oito anos, desde que o seu marido morrera, e tinha decidido procurar um trabalho aventureiro.

Tinha conseguido. E tornara-se o braço direito de Nick.

– O chefe de cozinha da Coberta Paraíso está a queixar-se dos fornos novos – comentou, passando as folhas que trazia na sua inseparável pasta para guardar papéis.

Nick soprou.

– São os mais caros do mundo e não funcionam bem?

– Segundo o chefe Michele, não aquecem o suficiente – explicou Teresa.

Ainda não estavam há um dia em alto mar e já havia críticas.

– Pois diz-lhe que, enquanto aquecerem, que se dedique a fazer o trabalho para que é pago.

– Já lhe disse.

Nick arqueou uma sobrancelha.

– Então, por que me contas isso?

– Porque és o chefe.

– Obrigado por mo lembrares de vez em quando – disse ele, chegou-se à frente e aproximou a cadeira da secretária, onde tinha um pequeno monte de correspondência pessoal à sua espera.

karaoke

– Está bem. Ocupa-te dele – disse Nick, olhando de novo para o monte de correspondência e contendo um suspiro. Não falhava. Em todos os cruzeiros havia um monte de mulheres que o convidavam para jantar, para alguma festa privada ou para um copo ao luar.

– Ah – comentou Teresa, com um envelope azul-claro na mão. – Um dos empregados deu-me isto quando vinha para aqui – estendeu-lho, sorrindo. – Será outra mulher solitária que procura companhia? Parece que continuas a ser o deus do amor.

Nick sabia que Teresa só queria meter-se com ele, como sempre, mas naquela ocasião as suas palavras fizeram-no reflectir sobre o assunto. Ajeitou-se na poltrona, incomodado, e tentou pensar nisso, e adivinhar por que era assim. Não era nenhum santo. E ao longo dos anos aceitara muitos convites de mulheres que não esperavam dele nada mais do que passarem um bom momento e uma sessão de sexo sem compromissos.

Mas, ultimamente, parecia que nenhum desses convites o interessava. Aqueles cartões e cartas estavam toda a manhã à espera dele em cima da mesa e ainda não se tinha dado ao trabalho de abrir um sequer, já sabia o que ia encontrar.

Colãs, chaves de camarotes. Fotos sensuais feitas para tentá-lo.

E nenhuma significaria nada para ele.

Que quereria dizer aquilo? Riu-se de si mesmo e reconheceu algo que, na verdade, não queria saber. Talvez tivesse trabalhado demasiado ultimamente. Talvez estivesse era a precisar do que uma daquelas mulheres lhe estava a oferecer. Leria todos os convites, escolheria a mais interessante e passaria umas horas com uma daquelas mulheres desejosas de satisfazê-lo.

Era o que lhe tinha receitado o médico.

Teresa ainda tinha o envelope azul-claro na mão e parecia confusa. Nick não queria que lhe fizesse mais perguntas, portanto agarrou no envelope e abriu-o. Sorriu a Teresa e piscou-lhe um olho.

– Achas que é fácil ser o sonho de milhões de mulheres? – disse-lhe.

Ela soprou, abanou a cabeça e murmurou algo sobre os delírios dos homens e saiu do escritório.

Quando ela saiu, Nick apoiou as costas na poltrona e olhou pensativo para o envelope que tinha na mão. Era azul e a letra era muito clara. Um envelope pequeno demais para conter um par de meias, demasiado fino para conter uma fotografia, embora tivesse o tamanho perfeito para um cartão dos que abriam as portas dos camarotes.

– Bom, vamos ver quem tu és. Espero que haja uma foto. Não gosto de encontros às cegas.

Rindo, Nick tirou o cartão do envelope e olhou para ele. Sim, havia uma foto. Deixou de sorrir ao ver dois bebés com cabelo escuro e olhos azuis-claros.

– Que raio é isto? – começou a dar voltas à cabeça, com o coração a bater a toda a velocidade e, então, leu a mensagem que estava escrita sob a imagem: Parabéns, papá. São gémeos.