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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2004 Harlequin Books S.A.

© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Noites de paixão ardente, n.º 696 - Junho 2015

Título original: Steamy Savannah Nights.

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em português em 2006

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-6956-1

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Se gostou deste livro…

Prólogo

 

4 de Julho

Savannah, Geórgia

 

Michael Whittaker, assessor de segurança, estava muito alerta. A gala de angariação de fundos estava em pleno apogeu e ele tinha sido contratado para proteger Abraham Danforth, o homem do momento, um viúvo de cinquenta e cinco anos que se candidatava às eleições ao senado.

Michael, que procedia de família humilde, abrira caminho à base de esforço e os seus clientes respeitavam-no e confiavam nele.

Ele, por sua vez, arriscava a pele para salvar-lhes a vida, mas não se importava. Este era o trabalho que tinha escolhido, a sua profissão.

Levava já meses a trabalhar como guarda-costas de Danforth, junto com alguns membros da sua equipa de segurança, desde que uma desconhecida, que Michael ainda perseguia, tinha ameaçado o político.

Nesse momento, estava bastante perto de Danforth, no salão de baile do hotel Twin Oaks. Um pequeno grupo de convidados conversava com o seu cliente e outros conversavam amigavelmente entre si dispersos pelo salão.

Michael olhou para a morena pequena que estava perto do balcão. Tinha chegado tarde e, pelo que sabia, não tinha falado com ninguém.

Porquê? Que pretendia? Não era fácil ler a sua expressão e isso enervava Michael, que normalmente possuía um sexto sentido, um instinto que lhe permitia ver além do óbvio, da superfície.

Mas tudo nela o confundia: o tom cremoso da sua pele, o cabelo moreno apanhado na base do pescoço e a forma exótica dos olhos.

Confundia até a sua indumentária, um vestido de seda azul que lhe chegava aos tornozelos. A cor era atrevida, vibrante como um céu de cobalto, e no entanto, ela conduzia-se com uma reserva natural e elegante.

Virou-se e por um momento os seus olhos encontraram-se.

Então Michael viu a emoção que ela ocultava, a dor nos seus olhos. A mulher desviou rapidamente a vista, mas o mal já estava feito. Michael queria protegê-la, abraçá-la...

Que mais? Beijá-la?

Maldisse as suas hormonas, a injecção de testosterona que abrasava de repente o seu sangue. Aquele não era o melhor momento para sentir uma atracção assim. A única mulher que devia ocupar a sua mente nesse momento era a que ameaçava Danforth e a morena de azul não correspondia à descrição.

Danforth desculpou-se com o pequeno círculo de convidados que o rodeavam, olhou para Michael e apontou para um terraço ali perto.

Aparentemente, necessitava de um intervalo. Michael seguiu-o e dirigiram-se juntos para o exterior.

O terraço estava vazio, com excepção de uma loira sentada num banco muito elaborado. Mesmo instalada numa esquina na penumbra, Michael reconheceu Heather Burroughs, uma rapariga amável e tímida que trabalhava para Toby Danforth, um dos sobrinhos do político, um pai divorciado que a tinha contratado como ama.

Michael sabia que Heather não era nenhuma ameaça para o clã Danforth. Tinha investigado todos os empregados da família e inclusive tinha conversado com Heather nessa mesma noite.

Respeitando a sua intimidade, centrou-se no que o rodeava. O ar do Verão era cálido e o céu nocturno brilhava pejado de estrelas.

Poucos momentos antes, um espectáculo de fogo de artifício tinha iluminado a noite e os dois terraços desse lado estavam cheios de gente. Mas agora havia tranquilidade.

Danforth apoiou-se numa parede de colunas e Michael ficou perto do umbral deserto. E então, levantou a vista e viu a morena que queria beijar. A mulher de azul.

Atraía-a ele ou o homem que devia proteger? Qual dos dois a impelira a segui-los?

Danforth endireitou o corpo e Michael percebeu que a morena e ele se olhavam. Conheciam-se? Ou ela produzia o mesmo efeito perturbador em todos os homens para os quais olhava?

O político saiu do seu transe.

– Desculpe incomodá-la – disse-lhe. – Levo toda a noite a observá-la e quando a vi vir para aqui, seguia-a para falar consigo em privado. Bem vê, provavelmente estou enganado mas recorda-me muitíssimo uma pessoa que conheci já há muitos anos.

A morena pestanejou e Michael suspeitou que a admissão de Danforth não era o que esperava ouvir.

O que se passava ali?

– O nome dessa pessoa… era Lan Nguyen, por acaso? – perguntou-lhe a jovem, num tom de desafio, pondo-se de pé em frente a ele.

– Sim, sim, era – respondeu o político, com uma ruga de perplexidade na testa. – Como sabe?

– Porque eu sou a filha dela, Lea. E sou a sua filha, senhor Danforth, a filha que abandonou no Vietname.

Michael respirou fundo.

O pai em questão, outrora membro dos corpos especiais dos Marines, não parecia capaz de proferir palavra.

Michael adiantou-se e olhou para Heather, a quem fez sinais para que guardasse silêncio. Ela assentiu com a cabeça, fazendo-lhe saber que não tinha sido sua intenção escutar aquilo.

Michael então ligou ao seu colega e indicou-lhe que alertasse a equipa para que não deixassem mais ninguém dirigir-se ao terraço.

Certamente podia confiar em Heather, mas não queria que um convidado bisbilhoteiro surpreendesse aquela conversa. Ou, pior ainda, um jornalista.

O veterano do Vietname não negara a possibilidade de aquela beleza poder ser sua filha, o que implicava que podia ser verdade.

– A Lan… sobreviveu? – Danforth pigarreou. – Sobreviveu ao ataque à sua povoação? Achava que tinha morrido. Eu…

– A minha mãe morreu – interrompeu Lea.

Pareceu inclinar-se um pouco e Michael, receoso que desmaiasse, segurou-a pelos ombros e sentiu como vibravam as suas extremidades.

– Aguente, não desmaie – murmurou.

– Leva-a para casa, Michael – pediu-lhe Danforth, que parecia sinceramente preocupado, – e fica com ela até que eu entre em contacto contigo… até que possamos solucionar isto.

Olhou para Lea.

– Podes confiar nele. Não te fará mal.

A jovem não protestou e Michael também não. Danforth regressou à gala sob a atenta vigilância da equipa de segurança e Michael parou um momento para falar com Heather, que lhe prometeu que guardaria silêncio, e escoltou Lea até uma saída discreta.

Quando entraram na limusina, ela começou a chorar. Sem pensar no que fazia, Michael cobriu-lhe uma mão com a sua e prometeu-lhe que tudo correria bem.

Mas quando conseguiu descobrir a sua morada e a levou para casa, não sabia como aquilo se poderia solucionar. Entraram no apartamento e ela foi-se abaixo, chorando sem parar.

Michael segurou-a e abraçou-a.

– Pensava que seria diferente – sussurrou ela contra a sua camisa. – Pensava que diria ao meu pai... – deteve-se.

Parecia tão pequena e frágil! Michael não sabia grande coisa das crianças da pós-guerra que tinham crescido como mestiços no Vietname, mas a ele também lhe chamaram mestiço muitas vezes e não lhe agradara.

Lea parou de chorar, mas não a soltou. Embalou-a e consolou-a durante quase uma hora.

Depois algo mudou e os dois tornaram-se conscientes do corpo do outro, da pressão da excitação dele no estômago dela, de serem dois desconhecidos fundidos num abraço íntimo.

Lea levantou a cabeça e olhou-o nos olhos.

– Antes reparei em si – disse.

Ele sabia que se referia à gala, ao momento em que os seus olhares se tinham cruzado.

Secou-lhe a humidade das faces.

– Eu também em si.

– Como agora?

– Sim – quis beijá-la antes e queria beijá-la agora. Desesperadamente. Mais do que podia descrever com palavras.