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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2009 Harlequin Books S.A.

© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Á mercê de um homem rico, n.º 1199 - janeiro 2018

Título original: At the Argentinean Billionaire’s Bidding

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

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As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9170-985-5

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Capítulo 16

Epílogo

Se gostou deste livro…

Prólogo

 

Tamsin parou diante do espelho, com o batom numa mão e, na outra, um artigo intitulado «Como seduzir o homem dos teus sonhos».

Subtileza, dizia o artigo. Na verdade significava fracasso. No entanto, apesar de tudo, sentiu um aperto no estômago quando não conseguiu reconhecer os seus olhos pintados com sombra escura, as maçãs do rosto marcadas por blush ou aqueles lábios tão brilhantes.

Claro que isso era positivo, não era? Porque três anos a adorar Alejandro D’Arienzo de longe tinham-lhe demonstrado que não podia ir além de um «olá» com o homem dos seus sonhos, se não tomasse medidas drásticas.

Então ouviu uma pancadinha na porta e, um segundo depois, a cabeça loira de Serena apareceu.

– Tam, estás aqui dentro há séculos. Suponho que já acabaste… Meu Deus! Pode saber-se o que fizeste?

Tamsin abanou a revista que tinha na mão.

– Aqui diz que não devia deixar nada ao acaso.

Serena entrou no quarto.

– E especifica que também não deves deixar nada à imaginação? – perguntou. – Onde arranjaste esse vestido?

– Arranjei um pouco o que levei ao baile de finalistas – disse Tamsin.

– Este é o vestido que levaste ao baile de finalistas? Tamsin, por favor, se a mãe souber vai ter um ataque! – exclamou a sua irmã. – Não o arranjaste, massacraste-o.

Encolhendo os ombros, Tamsin deu uma volta.

– Só lhe tirei o saiote.

– Só? – repetiu Serena.

– Bom, também o cortei um pouco. Assim está muito melhor, não achas?

– Certamente, parece outro – suspirou a sua irmã.

O decote enorme, de aspecto razoavelmente pudico, juntamente com uma saia que caía até aos pés, de repente, parecia outra coisa, combinado com uma saia curta, meias pretas e o casaco que estava a vestir naquele momento.

– Ainda bem, porque esta noite não quero ser a filha adolescente do treinador, acabada de sair do colégio interno e que nunca foi beijada. Esta noite quero ser… – Tamsin parou para olhar para a revista – «misteriosa e, no entanto, directa, sofisticada e sexy».

Do andar de baixo chegavam gargalhadas e vozes e a música abria caminho pelos corredores de Harcourt Manor. A festa para anunciar a equipa oficial de râguebi de Inglaterra para a próxima época já começara e Alejandro estava presente. Saber que estava no mesmo edifício fazia com que sentisse um aperto no estômago.

– Tem cuidado, Tam – avisou Serena. – Alejandro é muito bonito, mas também é…

Não acabou a frase, olhando para as fotografias que cobriam as paredes, procurando inspiração. Eram recortes de jornais desportivos e revistas de râguebi e mostravam o atraente Alejandro D’Arienzo de todos os ângulos. Muito bonito, certamente, mas também cruel e frio.

– Não acreditas que repare em mim, pois não? – suspirou Tamsin num tom desesperado.

Serena olhou para o rosto da sua irmã. Os seus olhos verdes brilhavam com uma luz interior e tinha as faces coradas.

– Claro que vai reparar em ti, mas é precisamente isso que me preocupa.

 

 

Sobre a majestosa lareira de pedra da entrada de Harcourt Manor estava o retrato de um antepassado de Henry Calthorpe, sorrindo maliciosamente contra um fundo de navios num mar enfurecido. Sobre o quadro, em caracteres antigos, estava escrito: Deus soprou e eles foram destruídos.

Alejandro D’Arienzo olhava atentamente para ele com uma expressão irónica. Não havia nenhuma semelhança entre os dois homens, embora parecessem partilhar o mesmo ódio pela mítica Armada espanhola.

Isso fez com que recordasse as histórias que o seu pai lhe contava quando era pequeno na Argentina sobre os seus antepassados, que supostamente formavam parte dos conquistadores que viajaram de Espanha para o Novo Mundo. Essa história era um dos poucos fragmentos de identidade familiar que possuía.

Passando um dedo pela gola da sua camisa, olhou para o enorme corredor da mansão. Os seus companheiros de equipa estavam a beber e a rir-se com membros da federação de râguebi e alguns jornalistas desportivos que tinham tido a sorte de ser convidados, enquanto um grupo de loiras, raparigas da alta sociedade é claro, circulavam entre eles, lisonjeando-os e seduzindo-os sem qualquer pudor.

Lorde Henry Calthorpe, o treinador da equipa nacional de râguebi, organizara aquela festa na sua mansão para anunciar os nomes dos jogadores que formariam parte da equipa porque, segundo ele, assim demonstrava que eram muito unidos, que eram uma família.

Alejandro teve de sorrir, sarcástico.

Tudo naquela casa parecia ter sido desenhado para demonstrar que ali não havia lugar para ele e tinha a certeza de que Henry Calthorpe o fizera de propósito.

Ao princípio, pensara que estava a ser exageradamente susceptível, que anos nas escolas públicas inglesas o tinham preparado para estar sempre à defesa. Contudo, ultimamente, a animosidade do treinador era demasiado óbvia. Alejandro estava a jogar melhor do que nunca, demasiado bem para que pudessem deixá-lo fora, porém, a realidade era que Calthorpe o queria fora e estava à espera de que cometesse o mínimo erro.

Esperava que Calthorpe fosse um homem paciente, porque ele não tinha a menor intenção de o fazer. Estava a jogar ao seu melhor nível e pensava continuar assim.

Depois de beber o champanhe de um gole, deixou o copo sobre um aparador que parecia particularmente antigo e olhou à sua volta com desdém. Não havia ninguém com quem lhe apetecesse falar. As raparigas eram todas idênticas, loiras, com um sotaque britânico frio, que correspondia a uma determinada classe, todas bronzeadas na Riviera. A sua conversa visava roupa de marca e comentários sobre outras raparigas com quem tinham estudado e que, pareciam pensar, Alejandro também conhecia. Várias vezes em festas como aquela acabara por ir para a cama com alguma só para a calar.

No entanto, aquela noite estava a ser particularmente insuportável. A gravata do fato da equipa sufocava-o e, de repente, sentiu que precisava de sair daquele ambiente asfixiante de complacência e privilégios.

Porém, enquanto abria caminho entre as pessoas para ir apanhar um pouco de ar fresco, viu-a à porta que dava para o jardim.

Uma rapariga loira de cabelo comprido e aspecto inseguro, em contraste com o vestido demasiado curto e os sapatos de salto alto. Contudo, eram os seus olhos que chamavam a sua atenção.

Eram lindos, verdes talvez, amendoados. A intensidade do seu olhar, que conseguia sentir à distância, deixou-o cativado.

Ao vê-lo, endireitou-se um pouco, como se estivesse à sua espera, e desceu uma mão trémula para esticar a saia.

– Já vai?

Falava em voz muito baixa e, pelo seu tom, quase poderia jurar que o lamentava.

– Acho que seria melhor.

De perto, conseguiu ver que era mais jovem do que parecia.

– Não – disse ela então. – Não, por favor, não vá.

Alejandro parou, olhando para o seu vestido tão sexy e tão deslocado naquela mansão. Ficara corada e os seus olhos brilhavam mais do que antes, sedutores mas suplicantes.

– Porquê?

A rapariga pegou na sua mão e o contacto foi como uma descarga eléctrica.

– Porque eu quero que fique – respondeu com um sorriso tímido.