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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2009 Trish Morey

© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

O grego implacável, n.º 1253 - março 2018

Título original: The Ruthless Greek’s Virgin Princess

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9188-027-1

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Epílogo

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Prólogo

 

Paris

 

Tinha uma dor de cabeça horrível, um sabor desagradável na boca e uma mulher nua na cama. Esse último facto bastava para o fazer esquecer tudo o resto. Era suave, a sua pele nua parecia seda por baixo daquelas mãos que eram demasiado desajeitadas. As mãos pequenas dela acalmavam a sua frustração, acendendo a sua excitação com dedos sábios que pareciam seguir o rasto da sua pele enquanto a sua boca incendiava alguns outros pontos… o ângulo do seu queixo, o pescoço e mais abaixo.

Ele tentou abraçá-la com braços de chumbo, ainda pesados devido ao álcool e ao sono, mas ela riu-se com atrevimento e fugiu dele. Estava demasiado escuro para ver, portanto ele voltou a cair sobre as almofadas. A neblina da sua cabeça aumentou enquanto tentava encontrar sentido às coisas. Mas não conseguia pensar com ela a atacá-lo de uma direcção diferente. A sua boca era um círculo de fogo no interior de um joelho, a sua língua queimava a pele da sua coxa.

Aquelas sensações abriram caminho na sua cabeça, pequenas fissuras de lembranças que ganhavam vida. Lembranças da sua chegada a Paris seguindo as ordens do seu pai, dos gritos do seu pai, da sua resposta e do golpe que sentira no estômago quando percebera que não tinha opção…

Sentia a língua adormecida, a boca seca e o pouco familiar sabor do uísque no hálito. Quanto bebera?

O sangue amontoou-se nos seus ouvidos, ecoando pelo crânio, que lhe doía mais com cada batimento do coração, um batimento que bombeava o sangue para baixo, até outra parte dele começar a vibrar. Sentiu duas mãos pequenas a tocar-lhe e a respiração ficou retida nos pulmões. Mãos frias. Mãos suaves. Mãos fascinantes.

E, então, quando achava que já não conseguia continuar a suportá-lo, ela passou a língua pela ponta. Foi só um toque, mas retorceu-se por baixo dela como se lhe tivessem dado uma descarga eléctrica.

Levou a mão ao coração, que batia a toda a pressa, convencido de que o crânio devia estar a inchar com cada batimento. Aquilo era ideia do seu pai para selar o acordo e não poder voltar atrás?

Das profundidades pútridas do seu cérebro, confuso pelo álcool, tudo parecia possível. Ambos se tinham mostrado firmes em que o noivado devia seguir em frente. Portanto, tinham posto Elena nua na sua cama para que o seduzisse e para que talvez concebesse um filho, o que significaria que não haveria possibilidade de fugir, nenhuma opção de evitar o destino que o seu pai criara para ele.

Tocou na testa suada com uma mão e desejou conseguir pensar com clareza, desejou conseguir dissipar a névoa que enchia o seu cérebro, mas sabia que podia ser verdade. Depois daquela noite, sabia que os seus pais eram capazes de tudo. O seu destino estava selado. Não podia voltar atrás.

Então, Elena sentou-se sobre ele sem parar de o segurar com uma mão e ele afastou o braço e voltou a abrir os olhos, lutando contra a dor que lhe atravessou a testa enquanto tentava focar o olhar na escuridão.

Elena mexeu-se em cima dele, guiando-o através do centro da sua feminilidade, e o fogo reacendeu quando o pôs naquele ponto doce e húmido. Mas uma chicotada de rebeldia atravessou-lhe o cérebro.

Embora não houvesse nada que pudesse fazer a respeito daquele casamento, não permitiria que o possuíssem como se fosse um troféu de guerra.

Se alguém se dedicaria à pilhagem, seria ele. E Elena ia descobrir isso.

Emitindo um gemido que ecoou na sua cabeça, endireitou-se, segurando-lhe os braços e pondo-a por baixo dele antes de o seu grito de surpresa se extinguir. A sua cabeça latejava devido àquele movimento brusco e o seu estômago rebelava-se, mas tinha coisas mais importantes em mente. Por um instante, permitiu que as suas mãos subissem pelo corpo doce de Elena. Dessa vez, presa por baixo dele, não fugiria. Cobriu-lhe os seios, que eram mais pequenos do que esperara, mas não era a primeira vez que a realidade não se ajustava às expectativas. Além disso, eram firmes e estavam erectos e, no meio da névoa que cobria o seu cérebro, não tinha intenção de protestar. Além disso, eram o melhor que sentira em toda a noite. E se conseguisse sentir alguma coisa, fosse o que fosse, através da zona de guerra que era a sua cabeça, fá-lo-ia.

Mesmo assim, fá-la-ia pagar por interpretar aquele papel no acordo sórdido de negócios dos seus pais. Inclinou a cabeça e introduziu um dos seus seios na boca. O corpo de Elena arqueou-se sob o dele, tremendo quando a sua mão segurou o outro peito e o apertou com força e raiva.

Como se atrevia a tentar prendê-lo? Acedera a casar-se com ela, não fora assim? No seu interior cresceu um fogo, alimentado pelo uísque, o desejo e aquela mulher que se metera onde não devia.

Ele dera a sua palavra aos seus pais. Maldita fosse, pagaria por isso!

Através do seu cérebro coberto de névoa e do forte batimento do sangue, ouviu-a gritar, tentou entender a razão e, finalmente, soltou o seio que agarrara fortemente entre os dentes cerrados. Era um milagre que não tivesse feito sangue. Ela relaxou imediatamente e ele tirou-lhe o resto da tensão lambendo e sugando até ela voltar a aninhar-se como um gatinho, enredando as suas pernas de seda à volta das dele num convite mudo e ancestral.

Estava farto de brincar com ela. Elena estava pronta, ele sabia, portanto afastou-se, traçando círculos indolentes à volta das terminações nervosas que a levaram a gritar de prazer enquanto ele se posicionava entre as suas pernas.

Outra surpresa. Considerava Elena uma mulher do mundo. Tinha mais quatro anos do que ele, estava convencido de que tivera uma boa quantidade de amantes. E, no entanto…

Penetrou a sua pele húmida, mas que ao mesmo tempo resistia estranhamente e sentiu que ficava tensa por baixo dele, sentiu como sustinha a respiração.

«Não pode ser», pensou. Só estava bêbado e trôpego e dessa vez…

Então, ouviu-a gritar e houve algo familiar e inesperado na sua voz que fez com que lhe gelasse o sangue. Afastou-se, lutando contra a chamada do seu corpo para encontrar satisfação. A sua cabeça protestou contra aqueles movimentos bruscos enquanto ele procurava, enlouquecido, o interruptor que sabia que tinha de estar em algum lado. A luz invadiu o quarto e houve uma explosão na sua cabeça. Umas pontadas de dor atravessaram os seus olhos, mas não teve outro remédio senão ignorá-las para poder descobrir se o que receava era verdade.

E, então, virou-se e a dor de cabeça insuportável foi a última das suas preocupações. Marietta Lombardi, a irmã adolescente do seu melhor amigo, estava nua na sua cama com os olhos esbugalhados e assustada como um coelhinho apanhado pela luz. Tinha o cabelo comprido e loiro despenteado e mexia as pernas brancas com desconforto sobre a roupa de cama.

– O que raios estás a fazer aqui? – cada palavra chocava contra a sua cabeça como um tiro. O efeito que tiveram nela foi ainda mais devastador. Parecia mortalmente ferida quando se apoiou contra a cabeceira da cama, levando os joelhos ao peito e rodeando-os com os braços.

– Queria dar-te uma coisa – tremia-lhe o lábio inferior, um lábio inferior que ele se sentira tentado a beijar com frequência, embora nunca o tivesse feito. – Vim para… me entregar a ti.

– Não! – gritou ele, levantando-se da cama e arrastando a colcha de damasco com ele para cobrir a sua nudez até conseguir alcançar o seu robe.

Era a irmã mais nova do seu melhor amigo. Era virgem. E embora ele tivesse pensado que talvez algum dia, no futuro… mas agora já não havia essa possibilidade. Nunca. Não depois daquela noite.

– Em que raios estavas a pensar?

– Estava a pensar que queria dar-te um presente de aniversário.

Ali estava outra vez aquele tremor do lábio. E, então, viu no seu seio a marca dos dentes dele, onde a mordera na sua raiva, e a visão daquela marca vermelha na sua pele perfeita causou-lhe uma nova pontada de dor.

Oh, meu Deus, aquilo estava mal em muitos sentidos. Estivera prestes a possuí-la, a penetrá-la, a castigá-la como se tivesse feito alguma coisa de mal.

E magoara-a.

Passou as mãos pelo cabelo.

– Tens de ir.

– Mas… Yannis…

– Tens de ir!

– Ias fazer amor comigo. É verdade. Porque paraste?

Ele resmungou.

– Porque não sabia que eras tu!

– E quem achavas que era? – Marietta teve a coragem de se indignar e ele quase se riu. Quase. Porque aquilo não tinha nada de engraçado.

– Sai daqui.

– Mas amo-te.

– Tens dezasseis anos. Não podes amar-me.

– Mas tu amas-me. Disseste-me!

Yannis virou-se bruscamente com os punhos cerrados, lutando contra a agonia interior, contra a injustiça e a insensatez que acompanham a lembrança de um dia cheio de prados verdes, margaridas, céu azul e uma jovem que sempre parecera perfeita para ele.

Sentiu a sua mão no ombro e virou-se. Marietta estava nua e trémula, com pele de galinha, com os mamilos cor-de-rosa erectos e duros. Segurou na mão dele e pô-la num seio de modo a que o mamilo duro sobressaísse na sua palma e os seus dedos se curvassem sobre a pele firme, fazendo com que o seu corpo voltasse a ganhar vida.

– Desejo-te – disse, com uma ousadia que Yannis nunca vira nela antes. Tinha as faces coradas e aquela ousadia levou-a a estender a mão para a excitação dele. – Por favor, faz amor comigo.

Yannis sentiu-se tentado. Ela aproximou-se mais, aceitando o seu silêncio como um «sim», apertando os seios contra o seu peito, beijando-lhe a pele enquanto uma nova agonia atravessava a mente dorida de Yannis. Poderia possuí-la e ninguém saberia. Ninguém suspeitaria. Uma noite perfeita antes de se casar com Elena. Seria pedir muito?

Passou-lhe os dedos pela cortina do seu cabelo, acariciando-a com os polegares, apertando os lábios contra o seu cabelo. E ela olhou para ele com tal expressão de adoração nos olhos, com tanto amor e confiança, que Yannis se sentiu doente por o ter tido em conta. Como podia fazer aquilo com Marietta, ir para a cama com ela numa noite e depois anunciar o seu noivado com outra mulher no dia seguinte?

Isso não podia acontecer.

Não podia permitir que acontecesse.

Nem agora nem nunca.

– Vai-te embora – disse, afastando os braços do seu corpo, afastando-se da tentação. – Não te quero aqui.

A confusão iluminou as feições de Marietta.

– Não falas a sério.

– Veste-te e sai daqui!

– Mas amo-te. E tu amas-me a mim.

– Como uma irmã! – exclamou Yannis. Aquela mentira surgiu devido à certeza de que uma ruptura limpa poderia ser cruel, mas era o único caminho. – Não entendes? Amo-te como uma irmã. Mais nada.

O bonito rosto de Marietta franziu-se. Os seus olhos encheram-se de umas lágrimas que lhe caíram pelas faces.

– Mas tu disseste…

– Não importa o que disse! Não entendes? Nunca poderei amar-te de outra maneira. E agora vai-te embora e regressa ao teu quarto antes que alguém te veja.

– Mas, Yannis…

– Vai-te embora!